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sexta-feira 05 2024




ALIENÍGENA

 

Hoje me sinto sem

Poesia.

Mas, não é coisa de deus.

 

Olho para as pedras

e vejo gente.

Olho para os corações,

vejo granadas.

Olho para as palavras

e sinto a nevasca petrificando amores.

 

Vejo a humanidade

como a lava do vulcão,

língua do inferno que lambe

e trucida.

 

Hoje

sou gauche,

sou viés,

sou árido,

sou estrangeiro na minha Terra.

 

Não sou desse mundo.

 

Um alienígena que escreve

como quem arranca

sentimentos,

sem anestesia.

 


 

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