ALIENÍGENA
Hoje me sinto sem
Poesia.
Mas, não é coisa de deus.
Olho para as pedras
e vejo gente.
Olho para os corações,
vejo granadas.
Olho para as palavras
e sinto a nevasca petrificando amores.
Vejo a humanidade
como a lava do vulcão,
língua do inferno que lambe
e trucida.
Hoje
sou gauche,
sou viés,
sou árido,
sou estrangeiro na minha Terra.
Não sou desse mundo.
Um alienígena que escreve
como quem arranca
sentimentos,
sem anestesia.